quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Crioula

"Que país é esse? Terceiro mundo, se for. Piada no exterior. Mas o Brasil vai ficar rico, vamos faturar um milhão quando vendermos todas as almas dos nossos índios num leilão. Que país é esse?"
(Que país é esse, Legião Urbana)

É revoltante quando todos os dias pela manhã você acorda atrasada, com aquela disposição, abre a geladeira cata o resto de suco da caixinha, abre o espelho do banheiro e sorridente espreme o creme de dental. Logo depois, apressadamente, veste o que tem pela frente, sai correndo pega a carteira (sem muitos putos), apanha o ônibus, paga e não recebe o troco! E o pior, o cobrador fica olhando para tua cara como se nada estivesse acontecido, e então você pergunta pelo seu troco e ele diz que não tem e simplesmente faz uma cara de 'não posso fazer nada', ha, rapidamente você pede calma aos deuses, aos budas, a quem puder e já bem perto da sua parada, sem ter como ficar, engole seco, faz uma cara de mau e segue para mais um dia odioso, brasileiro. Tudo bem, a cena se repete. Po##a. É nessas horas em que o sangue sobe pra cabeça e te deixa completamente 'revolt'. Ninguém merece isso. Mas, todos sofrem com isso. A falta de respeito e dignidade das pessoas não está no vocabulário. Só em pensar que eu, quase todos os dias, levo uma passada de pernas de dez centavos, no mínimo, isso não é nada na frente de muitos. Quantos e quantos indivíduos levam mais, perdem dinheiro, bens e etc. Somando tudo isso nos deparamos com uma conta gorda,  pseudônima, no exterior. Quanta roubalheira nos cerca à vinte e quatro horas. A falta de caráter é demais para pouca gente. Enquanto muitos se divertem engravatados, com calças arreadas e olhos revirados, abusando do bom e do melhor à nosso custo. Poucos choram de fome, ardem de dor. O poder é uma grande máquina geradora de pobreza e infelicidade. E a pobreza, por sua vez, gera riqueza untado a falta de conhecimento e voz, essa mistura abre alas para cuecas voarem no ar. Sorrisos tortos à nossa frente negam o carro forte com o calar. Para onde o país está indo? Cadê o futuro melhor como dizem em promessas?
Éh! Esse jeitinho brasileiro trambiqueiro de ser vem de uma ponta à outra, de norte a sul, do rico ao pobre, do luxo à miséria. Portanto, a cada dia, tijolo por tijolo, construímos a casa: Brasil de poucos.

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