Foto: Google |
Deixo as lágrimas para as
lembranças latentes do passado. Com os pés firmes nas veredas civilizadas,
carrego apenas a necessidade de paz e equilíbrio emocional. A vontade de provar
do prazer divino, da leveza espiritual, do amor incondicional.
O cenário camuflado da paixão de
antes, agora não faz sentido. Os atos estavam cobertos por um romantismo
calunioso. Tudo soava falso, mas tudo permanecia feliz como uma cena de um
filme mudo apaixonante com gostar correspondido. Aquela paisagem morta
tornou-se zumbi nas noites álgidas da dor. As recordações estão mofadas,
abolorentando as migalhas dos beijos quase mais que perfeitos. Os adereços
estão a sós. A história que fingimos construir juntos sucumbe para nós.
A poltrona desgastada, os
chinelos surrados, os detalhes bagunçados dos sonhos que na loucura mais densa
foram idealizados, os quadros, os seriados... Nada mais faz sentido. As horas
que corriam feito loucas para os encontros noturnos, criados sem pretextos. Os
segundos que paravam no espaço dos abraços. As horas que se adiantavam propositalmente para fugir da rotina, dos problemas, do espaço.
Nada mais faz sentido, desde quando o poder, a ira e as falsas verdades
murcharam os lírios que plantamos no nosso jardim.
Sem sentido morre uma
história. Das cinzas nasce uma nova vida. Nasce o amor próprio e a vontade de
ser dono da mais pura beleza que pode ter um homem: o sorriso.
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