A ansiedade é uma mulher enciumada
Que na loucura das visões imaginárias
Comete erros simplórios, sem perceber nada.
Ah ansiedade...
Não vaga, habita.
Não faz sexo, só complica.
Bom, nem mal, meu bem, a ânsia faz morada
E se manifesta quando os sentimentos elitistas
Fazem festa ao deixar-te desconfiada
Como uma jovem iniciante numa emboscada.
O braço direito ou a porta principal
Da ansiedade chama-se impulso,
Que dá acesso aos espaços inevitáveis
Das incertezas da instabilidade emocional.
Ansiedade é aflição.
Pena moral da impaciência.
É um poço de chocolate,
Um bolo recheado,
Uma torta folheada.
Um espelho inimigo da realidade.
A ansiedade não tem idade.
São caminhos aleatórios
Que escolhemos por obra do destino
Ou descuido de um segundo aborrecido.
É um velho amargurado,
Sem netos, nem heranças,
Repleto de lembranças
Guardadas no passado.
É bom não ir. É bom não ter.
Mas como evitar a obrigatoriedade
De levar a ansiedade para a sala de espera
Das decisões divinas que determinam
Os milagres e/ou as lamúrias?
O sim e o não são certezas.
O talvez é a ansiedade do agora,
Que faz o coração balizar trepidamente
Entre as veredas da comoção aflitiva sem hora.
Sou toda. Mas de nada me vale
essa ansiedade, senhora!
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