segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Astros do amor


Flutuando em águas claras pela noite, bati, cheguei ao topo, acordei e deitada sobre as águas apreciei o amor no céu. Com vista livre, encarei uma e outra. Radiante! Cheguei a sentir inveja delas, que ali  se enamoravam felizes, sem mais nada.
Feito um encontro marcado de um desejo proibido, o caso era tão primoroso que parecia sonho; elas - completas domadoras do céu. Diferentes e iguais eram uma  só, que iluminavam os caminhos escuros da paixão. O toque intenso excitava o meu ser errante. Amantes, fugitivas, sem medo elas se amavam escondidas a céu aberto. Era perfeito o encaixe delas, donas de um enlace delirante, dançavam, brincavam, se olhavam e  sussurravam magias de carinho tão forte que  sacudiu o encanto, a olho nú, e retirou a poeira que encobria o amor conservado há muito tempo. A Lua e a Estrela, iluminava com prazer o beijo de outros apaixonados. Naquela noite o mundo vagabundo amava. E eu lá em baixo  catava algo mais, procurava nuvens, procurava outros astros em  constelação, mas não via nada, não tinha nada, cheguei até a pensar que aquilo seria algo combinado: um encontro marcado e que uma torcida a favor estaria escondida assistindo a prova de um amor verdadeiro, sem sexo, sem vaidade, sem julgamento... eu sem maldade às apontava,  maravilhada observava todo aquele romance divino e levemente lembrava delas tatuadas no meu corpo inocente sem brilho, perfeição, sem amor.
Naufraguei. Por alguns instantes eu quis estar no ar. Quis por uma noite ser aquela tão amada do céu.

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