quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Quarta de um sonho



(Sonho)
Antes dos olhos negros se abrir,
O cheiro salgado invadiu a quarta-feira,
Bateu na porta
Se acomodou de mansinho, o mar.
(Imensidão)
Apreciei delicadamente as ondas agitadas da noite.
(Sensação)
A cama se fez areia.
Senti cada grão entre os meus dedos, apertei.
(Calmaria)
Meu corpo pulsava no ritmo do atabaque.
(Dança)
A luz da lua iluminava o caminho
E me chamava sem tempo.
(Direção)
O corpo obedeceu,
Sem nada a oferecer.
Uma flor que enfeitava os meus cabelos caiu.
(Sinal)
O mar veio espumando até mim, tocou friamente os meus pés.
Minhas mãos tímidas foram até ela.
Joguei a flor.
(Oferenda)
Flor branca, água e sal.
Benção da mãe espiritual.
(Lavagem)
Arranhei, chorei, sorri, brinquei... dancei no ar.
(Leveza)  
Na quarta de um sonho
encontrei ela,
a Rainha do mar.
Minha mãe Iemanjá.










Acordei assim, atrasada! Porém, leve e diferente. Não dei atenção, deixei. Ao me arrumar, colocando o colar lembrei, saudade do mar. Hoje sigo assim, cheiro salgado e uma agradável sensação de querer ficar, lá.
Sintam também.

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