quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Enfim, para que todos os dias?

Estrelas ao chão

Todos os dias,
aquele homem de espécie escassa de candura,
pelas suas raízes grossas e marcantes,
se abrigava a ela, samaúma, como se a namorasse.

Todos os dias,
a luz do amanhecer regava seus cílios
a beira de que acreditasse
nas ribanceiras de escamas vivas, cantando a dor.
Ah, amazônida inocente
que cria rabo e se vende
feito jabutis vegetados em pedra!

Para que todos os dias?
Cobertos de incontroláveis estudos para o nada,
somente para o dia-a-dia insuportável
de estrelas lavadas ao chão,
sem água nas mãos,
fazendo mal não a quem doa,
mas, sim a quem perdoa,
para que aquele homem morra.

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