terça-feira, 7 de junho de 2011

Quimera de Luzia

Teu amor na treva é - um astro,
No silêncio uma canção,
É brisa - nas calmarias,
É abrigo  - no tufão.
CASTRO ALVES

Mentiu ao dizer que voltava...

O seu sorriso foi a minha alvorada.

Agora Luzia, desculpas não bastam.
Minhas noites, são claras,
e os sonhos sombrios me agonizam sem farsa.
Por piedade, não me vendas mais encantos ordinários.
Com você perdi o senso, fascinado no brilho da desgraça.

Luzia...

Eras tu minha luz,
minha estrela, meu único brilho?!
Não.
Tu eras a sombra inimiga.
A pedra que me feria. A cruz espinhosa
que pesava a minha alma perdida.

Saudades, só eu senti.

Luzia

Não reluzia mais sobre mim.

Flor atraente e destemida.
Minha luz, Luzia.
Mentiu, me enganou,
Quando em meus braços estava envolvida.

Mentiu ao dizer que não amava.

E quando voltou não me encontrou mais a sua espera.
Encontrou somente o silêncio que habita as madrugadas.
...
Eu a vi, ali estava, só não mais para ela.
...
Aos prantos, Luzia abraçou a escuridão
E invadiu sem esplendor, a quimera.

Luzia

A tão reluzente não mais reluzia...

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...