terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Terça-feira cariada

Na terça-feira o dia acordou meio doente, ou melhor, o sol não amanheceu, continuou deitado. O motivo? Era cinza, sem ser claro. A janela escancarada com reflexos foscos, tratou logo de incomodar cedo sem o cantar do galo, a minha cama alva e consequentemente meu corpo descalcificado. Meus olhos pediam preguiçosamente o escuro, minha mente gritava por socorro - Por favor, um buraco negro turvo! -  ou fim de qualquer coisa, com mais tempo para que eu pudesse desfalecer um pouquinho, sem dor, sem furos, sem ácidos nem bactérias. Não teve jeito. Naquele momento quelato, eu era o dente. E antes do galo cantar o dia, a fera nebulosa da angústia me cariou todinha.

Meus dias cariados andam precisando urgentemente de um tratamento, caso contrário apodrecerão.

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