"Num sei, só sei que foi assim!"
Ele a encenar
e eu a vibrar no olhar.
Um olhar que de esperar, saltitava sem parar
e quando menos pensei,
lá estava, eu, de preto no altar.
Ele pronto para benzer,
apaixonou
e tratou logo de desfazer.
Bem feito.
Ah! Um bem feito de daná.
Pois, num é que depois lá se estava agente a dançar.
Era um vai e vem, de cá pra lá, de lá pra cá.
Se embalando no clima a gente encasquetou de se encontrar.
Sim! Se encontrar pra desvendar o que tinha por trás do nosso olhar.
E num é que deu!
Ele olhando no meu.
Eu olhando no dele.
Sem sentir começamos a prosar.
Ele falava, eu dizia.
Construímos um mundo fora daquele lugar,
em meio a festa, ao som de um batidão do tal de caminhão.
As palavras surtiam no clarão.
Eu não sabia o que ele dizia e também o que eu dizia.
E acho que ele também, ó.
Eu só sei que agente se entendia!
Mais num é que posto naquele lugar, uma pedra se pôs a atrapalhar.
E a gente sem parar continuamos a prosiar,
até a pedra se incomodar, visse.
Ah! Num é que deu certo. Há.
Foi bom de lascar,
Agente parou no mesmo lugar.
E nossas buticas pularam e se namoraram.
Os nossos lábios triscaram
e nunca mais se largaram.
(para meu lindo miguxo Junior, que vem só para deixar saudades)
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